Pesquisas em psicologia, sociologia e neurociências indicam que fatores pessoais, sociais, econômicos e ambientais influenciam a felicidade das pessoas.
Na dimensão econômica, por exemplo, uma análise conduzida pelo professor de economia aplicada Steve Hanke da Universidade Johns Hopkins, associa taxa de inflação elevada, alto índice de endividamento e de desemprego à tristeza do povo de uma nação. Por outro lado, sentencia o professor, se o país está crescendo economicamente, apresenta níveis de inflação, juros e desemprego baixos, sua gente tende a ser mais feliz.
Contrariamente ao que diz a lenda de que somos um povo alegre e feliz, em 2024, o Brasil ocupou a 44ª posição no ranking mundial de felicidade, com uma ligeira melhora em relação ao ano anterior, quando estava na 49ª posição.
É claro que, pouco ou quase nada, individualmente se pode fazer para mitigar os efeitos desses índices. A boa notícia, no entanto, é que no seu microcosmo as pessoas podem dar sua contribuição, a começar para si próprias. E uma das formas é através da educação financeira.
A educação financeira desempenha um papel significativo na construção de uma vida mais equilibrada e feliz, pois ajuda as pessoas a desenvolverem uma relação saudável com o dinheiro, reduzindo preocupações de ordem financeira e aumentando o bem-estar.
Explico como a educação financeira dialoga com a felicidade:
1. Redução do estresse e ansiedade
• Benefício: um dos principais fatores de estresse na vida das pessoas é a insegurança financeira. Quando alguém possui habilidades de educação financeira, como controle de orçamento, planejamento de despesas e conhecimento sobre investimentos, tende a se sentir mais seguro e preparado.
• Impacto na felicidade: reduzir o estresse financeiro diminui o impacto negativo que ele exerce sobre a saúde mental, levando a uma vida mais tranquila e equilibrada.
2. Capacidade de realizar sonhos e objetivos
• Benefício: a educação financeira ajuda as pessoas a planejar e poupar de forma mais eficaz para objetivos de longo prazo, como comprar uma casa, viajar ou abrir seu próprio negócio.
• Impacto na felicidade: a sensação de que esses objetivos estão ao alcance gera motivação e satisfação, proporcionando realização pessoal e mais momentos de felicidade.
3. Melhoria nas relações pessoais
• Benefício: questões financeiras são uma das causas mais comuns de conflitos familiares e conjugais. Com conhecimento financeiro, é mais fácil tomar decisões em conjunto e evitar desentendimentos.
• Impacto na felicidade: quando o casal ou a família compartilham metas financeiras e conseguem trabalhar em direção a elas, o relacionamento se fortalece, contribuindo para uma convivência harmoniosa e feliz.
4. Maior liberdade e autonomia
• Benefício: a educação financeira dá às pessoas o controle de suas próprias vidas financeiras, permitindo escolhas mais independentes e sem endividamento excessivo.
• Impacto na felicidade: a liberdade para escolher como gastar e investir o próprio dinheiro traz uma sensação de autonomia, que é fundamental para a autoestima e o bem-estar.
5. Segurança para o futuro
• Benefício: saber como poupar para a aposentadoria e para imprevistos reduz o medo do futuro e a preocupação com emergências financeiras.
• Impacto na felicidade: ter um “colchão financeiro” proporciona uma sensação de segurança, permitindo que a pessoa aproveite mais o presente sem temer o futuro.
6. Aumento da satisfação e da qualidade de vida
• Benefício: com habilidades de educação financeira, as pessoas aprendem a gastar seu dinheiro de maneira que realmente agrega valor a suas vidas, focando em experiências e investimentos que trazem satisfação.
• Impacto na felicidade: gastar de forma consciente e direcionada contribui para uma vida mais alinhada aos valores e desejos individuais, aumentando a satisfação e a qualidade de vida.