Gestão de risco e os “digital influencers”
Com a situação provocada pela pandemia do novo coronavírus e, em função do distanciamento social determinado pelas autoridades, muita gente passou a usar as redes sociais, principalmente aquelas plataformas de vídeo.
De fato, o uso crescente dessas mídias já era uma tendência identificada há algum tempo pelos especialistas, mas que sofreu uma repentina aceleração pelo fato de as pessoas ficarem mais tempo em suas casas e, em decorrência, recorrerem com maior frequência às redes sociais para trabalhar, estudar, passar o tempo ou identificar alguma oportunidade de criar fama ou ganhar dinheiro.
Tomando o devido cuidado para não generalizar, tem gente com opinião sobre tudo, de água de piscina a turbina de avião, como diz uma amiga. As coisas mais bizarras acontecem nas redes.
O problema é que essas bizarrices exercem influência muito grande, às vezes desastrosas, sobre o comportamento das pessoas e, especialmente, das crianças.
Está mais do que provado que uma das maneiras de manipular seguidores é através do exemplo.
Vamos tomar dois casos: Neymar Jr aparece na TV usando uma determinada marca de desodorante. Por que uma grande quantidade de pessoas passa a usar aquela marca de desodorante? Diferentes hipóteses podem explicar esse fenômeno:
1. Neymar Jr é bom no que faz (que não necessariamente é o que ele está promovendo!)?
2. Ele é uma pessoa que passa credibilidade? ou
3. As pessoas têm desejo de se parecer com ele?
A mesma coisa se aplica com o creme Cicatricure e a apresentadora Marília Gabriela (tá lembrado?). Será que o produto é bom mesmo a ponto de operar verdadeiros milagres conforme a propaganda? Será que a apresentadora faz uso de fato? Há possíveis contra indicações ao seu uso indiscriminado, sem prescrição por dermatologista?
Esses dois casos retratam bem o fenômeno da manipulação pela pressão dos grupos sociais, forma bastante conhecida e muito usada em propaganda para influenciar pessoas a consumir determinados produtos ou serviços.
Há tempos assisti a uma reportagem na TV sobre um casal jovem com milhões de seguidores no seu canal do youtube e que, simplesmente, se divertiam gravando vídeos em que submetiam a própria filha a situações constrangedoras. A matéria mobilizou uma legião de pessoas, dividindo opiniões, a favor e contra o casal, mas, apesar da reprovação, ganharam projeção e, provavelmente, muito dinheiro uma vez que seu canal era monetizado pelo youtube.
Levanto essa questão aqui para propor uma reflexão sobre o quadro que se apresenta de todo mundo ter opinião sobre tudo, sem estudar, sem pesquisar e sem ter nenhuma referência ou embasamento científico acerca do assunto. Vivemos um tempo em que os valores estão totalmente distorcidos. Parece que quanto mais superficial a abordagem, melhor. Será que é o melhor caminho?
Dependendo do caso é, também, perigoso e pode ter impacto na saúde, na educação e na segurança das pessoas.
Qual o antídoto? Estudar mais gestão do risco.
No meu programa de mentoria em gestão empresarial esse tema é tratado quando se planeja por cenários. Quer saber mais, entre em contato pelo meu whatsapp.
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Ensinamento da semana: “Nunca teste a profundidade do rio com os dois pés”,Warren Buffett