Conheço muita gente que, ao planejar um novo negócio, fica desesperada para encontrar logo um nome sugestivo para a sua futura empresa. Aí começa aquele exercício interminável de brainstorming para buscar siglas exóticas ou combinações formadas pelas iniciais dos nomes dos sócios. Nada mais equivocado. Talvez o ativo de maior valor de uma pessoa ou empresa seja seu nome ou a sua marca, no caso desta última.
Então, qual a sua sugestão? é o que me perguntam os empresários nessa fase do empreendimento. Minha resposta é simples, mas às vezes frustra: deixa correr no fluxo que o nome emergirá automaticamente quando você tiver definido o seu propósito (pessoal), a missão e a visão da empresa, os seus objetivos, seu público alvo, seu(s) produto(s), seu modelo de negócio etc. Dê tempo ao tempo.
Digo isso, porque é inegável que o valor da marca (brand equity) de qualquer empresa vale muito mais (e, infelizmente em alguns casos, muito menos) do que seus ativos tangíveis (imóveis, máquinas, equipamentos, estoques etc).
A marca determina por que um cliente prefere um certo produto em detrimento de seus concorrentes. Eu pergunto: por que a cada lançamento da Apple, formam-se filas imensas nas portas das suas lojas para disputar a compra das primeiras unidades? E, olha que o preço não é nada amigável, especialmente em eventos de lançamento. Existem várias teorias a respeito, inclusive atribuindo poderes de fetiche aos seus produtos.
O fato é que o nome da empresa ou o “desenho” que representa a sua marca deve traduzir a essência da empresa. E, como tal, não pode ser mudado ao sabor do vento. No caso da Apple, você acha que tem algo mais simbólico do que uma maçã como objeto de desejo? Desde os tempos bíblicos….lembra de Adão e Eva?
Outro aspecto a considerar na escolha de uma marca diz respeito à sua longevidade, o que confere maior importância à sua definição. Especialmente nos dias atuais em que os ciclos de vida dos produtos são cada vez menores.
Nesse sentido, nada é tão verdadeiro quanto a frase, os produtos passam e as marcas ficam, ou pelo menos deveriam ficar. Esse ponto tem sido motivo de grande preocupação para as empresas para o estabelecimento de estratégias para as diferentes fases do ciclo de vida em que os seus produtos se encontram.
Dependendo da categoria do produto ou serviço, as inovações ocorrem de forma incremental, em doses homeopáticas. É o caso de produtos alimentícios ou de vestuário. Por outro lado, quando se trata de itens com alto valor tecnológico agregado, a tendência é que as inovações sejam disruptivas ou radicais. A longevidade da marca varia conforme a situação.
O valor da marca das empresas ganhou relevância a partir da década de 1980, época em que o ritmo das fusões e aquisições de empresas aumentou significativamente.
Ao definir uma marca, o empreendedor deve considerar pelo menos três aspectos: o que ela representa, qual a sua função e os resultados que ela proporciona.
O valor de uma marca decorre da sua capacidade de proporcionar experiências para o seu cliente, de modo a despertar sua atenção, interesse, desejo e ação em possuir e ser leal a ela.
Ensinamento da semana: “Tem cuidado de adquirir um bom nome, pois este será para ti um bem mais precioso que mil tesouros grandes e preciosos.” Livro do Eclesiástico, 41:15.