Como você se sente ao ser desligado de uma empresa?
- Eu sou o(a) pior?
- Alguém colocou um “jabuti” na árvore ?
- Eu deveria ter me preparado melhor?
- Que nada, o importante é valorizar as minhas conquistas!
Independente de qual seja o seu caso, a verdade é que ninguém gosta de passar por isso.
Pois é, inventaram até um acrônimo (palavra formada pelas letras iniciais de outras palavras, geralmente em inglês, é claro!) para expressar essa sensação que, diga-se, sempre existiu no mundo corporativo: FOGLO, iniciais de Fear of Getting Laid Off, ou, medo de ser demitido.
Na psicologia, “medo é o estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência.”
Vamos combinar que medo todo mundo sente. O “X” do problema é o que você faz com ele. O fato concreto é que, perante o medo, só há três alternativas entre as quais você precisa tomar uma decisão: ficar paralisado, fugir ou enfrentar.
A boa notícia é que, uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em fevereiro deste ano, revela que apenas 31% dos brasileiros sentem bastante medo de serem demitidos; 15% têm um receio moderado enquanto 52% relataram sentirem pouco ou nenhum medo de serem “promovidos para o mercado“.
Mais do que os números das estatísticas, importam dois aspectos: primeiro, as razões que levam a essa percepção declinante e, não menos importante, como se preparar para evitá-las, já que as consequências para todas as “saúdes” (física, mental, social e financeira) são certas e inevitáveis.
Se no Brasil, essa tendência é decrescente, nos EUA ocorre o contrário; de acordo com artigo recente publicado pela Forbes, os profissionais estão mais preocupados em perder o emprego nos próximos meses do que em qualquer outro momento dos últimos 10 anos, segundo pesquisa do Federal Reserve (equivalente ao nosso Banco Central).
Diversas mudanças no ambiente corporativo e nos modelos de trabalho aliadas à revisão das expectativas pessoais fizeram com que muitas pessoas se sentissem menos amedrontadas diante de uma possível demissão, pois sabem que têm mais recursos e alternativas para enfrentar uma transição profissional. Dentre os motivos, aqui está uma seleção dos principais:
1. Economia digital e trabalho remoto: a tecnologia e o aumento de opções de trabalho remoto ou como freelancer facilitaram a diversificação de fontes de renda e a criação de novos negócios, o que aumenta a autonomia e reduz a dependência de um único emprego.
2. Valorização de habilidades transferíveis: pensamento crítico, comunicação e adaptabilidade são atualmente competências valorizadas em várias áreas, e não apenas na área de formação original do profissional.
3. Mercado de trabalho mais flexível: a rotatividade de emprego e a variedade de opções aumentaram, tornando as transições normais e menos estigmatizadas como antigamente. Isso reduz o medo da demissão.
4. Maior oferta de recursos para reciclagem e aprendizagem: a grande quantidade e a facilidade de acesso a cursos online, leva as pessoas a se qualificarem com mais rapidez.
5. Mudança na mentalidade sobre carreira: cada vez mais pessoas veem o trabalho como parte de uma jornada, e não como um compromisso vitalício com uma empresa. Essa mentalidade, conhecida como “carreira proteana” (em referência ao deus Proteus conhecido na mitologia grega como visionário) ou “autodirigida”, faz com que as pessoas estejam mais dispostas a buscar mudanças, correr riscos e se adaptar, ao protagonizar suas próprias carreiras.
6. Resiliência e inteligência emocional: o crescimento das discussões sobre saúde mental e desenvolvimento pessoal, ajuda a lidar melhor com as incertezas e a ver a demissão como uma oportunidade de crescimento e aprendizado.
7. Políticas de apoio e concessão de benefícios governamentais: a existência de redes de proteção social, como seguro-desemprego e programas de requalificação profissional, oferece uma certa segurança para quem é demitido. Esses sistemas podem não eliminar o impacto da perda de um emprego, mas reduzem a urgência de encontrar algo novo imediatamente.
8. Influência das redes sociais e comunidades on-line: LinkedIn, fóruns e grupos de apoio permitem que pessoas compartilhem vagas, ofereçam apoio e indiquem contatos. Essa rede de apoio social ajuda quem perdeu o emprego a encontrar oportunidades rapidamente, o que pode dar mais segurança e reduzir o medo de demissões.
Com tantas oportunidades, no entanto, é preciso estar preparado. Esse é o segundo aspecto a que antes me referi. Sobre isso, depois eu conto o pulo do gato.
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