Neuroplasticidade: da prática à consciência

#4 Neuroplasticidade

Minha infância eu passei na rua Peixoto Gomide, em frente ao Colégio Dante Alighieri, onde estudei o que na época se chamava jardim da infância e primário.

Vencido o exame de admissão, que era exigido para ingressar no ensino fundamental, fui estudar no Colégio São Luís, na avenida Paulista esquina com a rua Bela Cintra.

Eu fazia esse trajeto (aproximadamente 1 km), então com 11 anos de idade, todos os dias a pé. Para que a caminhada não se tornasse monótona passei a observar os veículos estacionados nas ruas por onde eu passava.  Eram sempre os mesmos e, estacionados nos mesmos lugares.

Por uma razão que eu não sei explicar, talvez uma primeira indicação do meu perfil comportamental observador e perfeccionista, passei a ler os números das placas (não havia letras à época) dos veículos estacionados ao longo do trajeto.

Passado algum tempo me dei conta de que eu sabia de memória todas as placas dos veículos com os quais eu me deparava diariamente, sempre estacionados no mesmo local. Passei a perceber, também, quando algum deles não estava lá ou se encontrava em local diferente do que costumava estar. Uma perfeita enciclopédia de cultura inútil poderá julgar alguém mais precipitado.

Decorridas algumas décadas passei a lecionar na universidade e adotei a prática de, no primeiro dia de aula, me apresentar e pedir que os alunos também o fizessem: dizendo o nome, a empresa que trabalhavam e a função desempenhada.

Em poucas semanas eu já sabia o nome da maioria dos alunos. As salas tinham 50 alunos em média. Isso causava enorme perplexidade entre os alunos: “Como o senhor faz para decorar o nome de todo mundo?“, perguntavam.

Eu não tinha uma resposta científica pronta e, então, recorria a uma lenda que se contava a respeito da memória prodigiosa de um certo ex-prefeito e ex-governador de São Paulo. “Fiz um curso com ele”, eu respondia brincando com os meus alunos.

Na verdade, esse personagem tinha uma boa assessoria que lhe  assoprava no ouvido o nome das pessoas com as quais ele ia falar nas visitas à periferia das cidades. Hoje, provavelmente, ele usaria um ponto eletrônico.

Mais recentemente, estudando tópicos relacionados com as neurociências tomei conhecimento de experiências que revelaram o segredo: a prática repetida dezenas, centenas e até milhares de vezes de uma mesma ação, fez com que eu desenvolvesse uma região do cérebro chamada hipocampo, responsável pelas habilidades de memorização e de aprendizagem.

Hoje já se sabe que o cérebro se expande e a esse fenômeno se dá o nome de plasticidade cerebral ou neuroplasticidade. A expansão se dá pela criação de novos circuitos neurais, e pode ocorrer em várias áreas do cérebro e em diferentes situações e não apenas no exemplo da memorização.

Esse processo pode, inclusive, ser conduzido intencionalmente como treinamento (desenvolvimento de determinadas potencialidades) ou reabilitação (caso de acidente com lesão no cérebro). E pode ser útil no desenvolvimento de equipes de alta performance nas empresas.

Se tiver dúvidas sobre esse assunto ou qualquer outro relacionado à gestão do seu negócio, envie uma mensagem. Será um prazer ajudar a esclarecer! 

Nos acompanhe pelo blog www.convincentesolucoes.com e pelas redes sociais e veja muitas dicas importantes para o dia a dia do seu negócio. Estamos juntos para descomplicar a sua vida, trazendo ensinamentos simples sobre planejamento, finanças, processos e pessoas, desmistificando a gestão empresarial.

Ensinamento da semana:  Onde você foca, se expande. 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Artigos mais recentes:

Redes Sociais: