Nelson Rodrigues (1912-1980), escritor, jornalista, teatrólogo, cronista de costumes e de futebol cunhou a expressão “óbvio ululante”, que dá nome a um dos seus livros. Apesar de sugerir, aqui não tem viés político e nem ideológico de política. Estamos falando de gestão e empreendedorismo.
Isto posto, o adjetivo ululante tem a ver com o fato de uma coisa ser tão evidente, tão clara que esse fato grita aos nossos ouvidos, ainda que em tom lamentoso, como fazem os lobos e os cães que uivam quando estão tristes.
E o que isso tem a ver com gestão de uma empresa?
Deixa eu fazer duas perguntas:
1a. Alguém tem dúvida de que toda empresa tem que ter um plano, seja para curto, médio ou longo prazo? Óbvio que sim, até porque para aquele que não sabe onde quer ir, qualquer destino serve, diria o gato para Alice.
O ideal seria que a empresa tivesse os três. Se não for possível, ao menos um de curto prazo (três meses) e outro de médio prazo (dois anos).
2a. Creio que estamos de acordo, também, que por menor que seja uma organização, ela deve ter os seus processos definidos, ou seja, alguém tem que saber como ela faz o que faz. É bom que se diga, que esse jeito de fazer é diferente de uma empresa para outra, mesmo que sejam concorrentes do mesmo segmento. Isto porque, a exemplo do que ocorre com as pessoas, as empresas deixam a sua digital em tudo o que produzem e entregam.
Vamos tomar o exemplo de um vendedor de balas nos faróis de trânsito da cidade. Ele sabe como chamar a atenção de um possível cliente ao oferecer uma bala de brinde, deixar o pacote pendurado no retrovisor do carro com um versículo bíblico e, na volta, passar para recolher o dinheiro (e, agora, pix ou cartão) ou recolher o produto não vendido. E, agradecer. Olha os processos aí!
Explorando um pouco mais a figura do nosso vendedor de balas no farol, o mínimo que se imagina é que no final do dia ele faça um balanço do resultado do dia: quantos kits vendeu e quantos sobraram; quanto dinheiro tem no bolso; que montante recebeu via pix ou cartão e quanto ele pagou pela mercadoria que vendeu; quantas balas tem em estoque e quanto gastou de transporte para chegar e voltar e, finalmente, quanto gastou para se alimentar no seu “ponto de venda”. Tudo muito óbvio, não acha?
Aí vem a pergunta: se todas essas situações são tão óbvias, por que muitas empresas não fazem essa lição de casa? Existem muitas explicações para isso, mas nenhuma justificativa, como dizia o Prof Damiani, do ITA, durante o meu mestrado. Vejamos algumas:
- os gestores não sabem como fazer;
- ou sabem, mas não têm tempo ou não querem;
- eles têm receio de colocar tudo no papel e se tornarem dispensáveis
- a liderança não conhece ninguém competente para ajudá-la a fazer
- …etc
O antídoto para todas essas questões está em semear a cultura da qualidade na organização, fundamentada em 3 pilares: clareza de propósito da direção, eleição de alguns indicadores que apontem se estamos no caminho certo e, finalmente, compartilhar sonhos e planos com o time.
Esse é o nosso trabalho. Se tiver dúvidas sobre como fazer ou precisar de ajuda na implantação, envie uma mensagem. Será um prazer ajudar!
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Ensinamento da semana: “O óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar.” Clarice Lispector, escritora e jornalista.