Preço ou valor: o que seu cliente compra?

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Há quase dois anos publiquei o artigo “Preço você paga, valor você leva“. Na oportunidade eu alertava para a confusão que muitos empresários ainda fazem (especialmente donos de pequenos negócios, mas, sendo justo, não apenas eles) ao precificar seu produto ou serviço. Enganando a si próprios, praticam um preço baixo pensando em atrair grandes volumes de clientes e, tristemente, acabam quebrando por falta de oxigênio para o seu negócio, o lucro. Isso quando não sugerem tratar-se de uma fraude.

Semana passada  fomos pegos de surpresa com a notícia do pedido de recuperação judicial da tradicional rede americana de frutos do mar Red Lobster fundada em 1968; nem mesmo a promoção de camarão à vontade por apenas US$ 20 conseguiu impedir que  a legendária lagosta se afogasse nas próprias águas.

Retomo a discussão sobre o tema para aprofundar a questão do valor versus preço. É bem verdade que ambos têm um aspecto em comum: tanto valor quanto preço não são conceitos absolutos, muito pelo contrário, têm muito de relativo. Explico: a percepção de caro ou barato depende do que sua empresa e os concorrentes entregam; ambos, portanto, têm a ver com o binômio expectativa (antes) e percepção da realidade (após) a entrega do produto ou do serviço.

Na verdade, a cada dia mais empresas e pessoas passaram a dar mais importância ao valor do que ao preço face, entre outras razões, à internacionalização dos negócios. Por exemplo, quem nunca comprou algo em um site chinês, pagando baratinho e, ao receber, descobriu que o tênis, vestido ou a traquitana eletrônica se transformaria em mais um item para o universo absorver: por diversos motivos – ou porque não serviu ou não é aquilo que o site prometeu?

 Para que lado a balança pende?

Pensando nisso, os pesquisadores se puseram a campo para entender o que o cliente ou consumidor considera um produto ou serviço de valor.

Entre as conclusões, chegaram a que todo mundo (pessoas físicas ou jurídicas, representadas pelos seus compradores) têm uma espécie de “medidor mental”, tipo uma balança de dois pratos que afere o valor de algo que ele adquiriu.

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imagem: depositphotos

No prato da esquerda ele deposita as suas expectativas em relação ao que vai comprar; expectativas de toda ordem – acesso à loja (presencial ou remoto), prazo de entrega, caraterísticas técnicas, usabilidade do produto, facilidade de instalação e manutenção, disponibilidade de peças de reposição, suporte técnico, garantia, assistência pós-venda, condições de pagamento etc.

Já, no lado direito da balança ele vai colocar a percepção da realidade: o preço pago, o atendimento a cada um dos itens anteriormente citados e outros custos não previstos e que não necessariamente são financeiros, tipo o tempo gasto para levar ou despachar o produto para ser consertado em outra cidade.

Essas coisas caracterizam a tão falada experiência do cliente.

O valor pode ser medido pelo resultado da diferença entre os pesos do lado direito menos os pesos do lado esquerdo. Quanto maior for essa diferença, maior o valor percebido pelo cliente.

O que as partes ganham?

Para o cliente é mais ou menos óbvio que ele terá uma melhor experiência podendo chegar, no topo, ao encantamento, que o levará a querer repetir a experiência com a marca, bem como indicar para parentes e amigos.

Como decorrência, elevará o NPS (net promoter score), alavancando a expansão do negócio pela agregação de novos clientes indicados pelo freguês satisfeito.

A marca ganha, também, uma vez que a sua reputação no mercado tende a crescer. Boas experiências, nas quais se percebe valor, repetidas sucessivas vezes, ajudam a construir credibilidade que com o tempo formará a confiança que pode ser resumida na crença de que algo não falhará, de que é bem-feito ou que é forte o suficiente para cumprir sua função ao longo do tempo. Na tentativa de expressar através de uma fórmula, seria algo como

 CREDIBILIDADE + CONFIANÇA = REPUTAÇÃO

que, no fundo, é o que dá sustentação à balança de valor do cliente.

Semanalmente eu publico um artigo sobre gestão, negócios e empreendedorismo. Se quiser saber mais sobre esses assuntos, acesse meu site,  vídeos no meu canal no Youtube, Gotas di Gestão, podcasts no Spotify ou pode me enviar uma mensagem no privado. Responderei com muito gosto. Enquanto isso, deixa um like nessas plataformas e indica para seus amigos assinarem e tornarem esse conteúdo mais relevante.

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