Nem todo mundo faz do carnaval o primeiro feriadão do ano.
Oportunidade de negócio
Tem gente que aproveita o carnaval para literalmente “dar seus pulos”. Além de ser uma festa de muita alegria e descontração, o carnaval movimenta bilhões de reais em diversas indústrias: turismo, hospedagem, alimentação e bebidas, transporte, eventos e tudo o mais que gira em torno dos desfiles de escolas e blocos carnavalescos.
Os valores podem variar conforme a metodologia e o período analisado, mas analistas de mercado são categóricos em apontar que o Carnaval de fato aquece a economia brasileira.
Recente projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, aponta que o Carnaval 2025 deve movimentar, em todo o país, R$ 12 bilhões em faturamento. Com isso, a edição de 2025 pode ser a mais lucrativa desde 2015, com crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior.
Segundo estimativa do Ministério do Turismo, com base em dados das secretarias de Turismo, a maior festa popular do Brasil deve ser celebrada por mais de 53 milhões de pessoas em todos os estados, 25% da população brasileira. O número representa aumento de cerca de 8% em relação ao ano passado.
Em alguns cenários, estimativas sugerem que esse número pode alcançar até R$30 bilhões por ano, uma vez que em algumas cidades criou-se uma verdadeira indústria do carnaval que trabalha o ano todo, ininterruptamente, sendo que um novo ciclo inicia assim que a última escola de samba atinge a área da dispersão dos seus milhares de componentes, nos diferentes sambódromos espalhados pelo Brasil.
Transversalidade
Os valores oportunizados pelo carnaval podem oscilar de acordo com a região, a importância que se atribui a ele, a frequência de eventos, bem como fatores culturais, sociais e econômicos correlatos.
Exemplo é a iniciativa do antropólogo Darcy Ribeiro – vice-governador, 1983-87 e senador, 1990 pelo Rio de Janeiro, ministro da educação do governo do presidente João Goulart, 1962 a 1964) e colaborador na construção da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Como um dos idealizadores dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública), Darcy propôs a sua utilização para a formação de profissionais do carnaval (designers, estilistas de moda, costureiras, aderecistas, pintores, escultores, soldadores, músicos, ritmistas etc).
A frase notável cunhada por Darcy Ribeiro, “se os governantes não construírem escolas, faltará dinheiro para construir presídios” expressa a triste realidade atual do Brasil, até pelo menos esta terceira década do século 21,
Ancestralidade
Outra dimensão muito explorada no carnaval é o resgate da ancestralidade do povo brasileiro. Somos formados, basicamente, por três etnias: aos habitantes originais da terra (indígenas) foram somadas sucessivas ondas de europeus (principalmente, portugueses e italianos) e africanos (a maioria da costa oeste, ao sul do deserto do Saara). Povo sem memória não tem futuro.
Por fim, enquanto os bloquinhos tomam conta das ruas, cerca de 20% dos brasileiros seguirão trabalhando firme durante as folias momescas.
Sem dúvida, um bom contingente de pessoas, afinal, desde que me conheço por gente, ouço dizer que no Brasil o ano só começa depois do carnaval. Será?
Allah- La ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô mas que calor ô, ô, ô, ô, ô, ô……