Se você já empreendeu negócio próprio, sabe do que estou falando. Deve ter vivido um dos maiores desafios do empreendedor que é o processo de escalar o seu time. Fazer a escolha das pessoas que vão estar ao seu lado ao longo da jornada. Nessa hora, costumo dizer, só há duas “quase certezas”: os recursos financeiros escassos e o tempo conspirando contra nós.
“O ótimo é inimigo do bom“, dizia o meu professor de inglês no ginásio do Colégio São Luís na década de 1960, saudoso Máximo Ribeiro Nunes, parafraseando o filósofo francês Voltaire.
A expressão “não nascemos prontos” do professor Cortella cai aqui como uma luva. A verdade é que a frase “somos seres em permanente construção” há muito deixou de ser simples retórica. Aprendemos o tempo todo e em todos os lugares; daí os termos lifelong learning e lifewide learning tão oportunos a representar essas duas situações.
Linkando (conectando) esses conceitos com o tema do artigo, no momento da seleção dos seus colaboradores, apesar de todos os testes hoje disponíveis para se verificar o perfil comportamental dos candidatos, aceitar limitações ou vulnerabilidades, é requisito de empregabilidade e faz com que a gente, muitas vezes, não perca o timing. Pior do que isso, evita-se correr o risco de ter que pagar, normalmente um preço muito alto, pela procrastinação.
Procrastinar refere-se ao ato de adiar tarefas ou atividades que precisam ser realizadas, substituindo-as por outras menos importantes, evitando executá-las ou completá-las.
Perfeccionismo X Excelência?
A prática nos ensina que devemos perseguir a excelência e não a perfeição. A perfeição é um estado natural inalcançável, enquanto a excelência pressupõe um processo de melhoria contínua que nos faz sermos, a cada dia, melhores. Para tanto, é preciso humildade. Por outro lado, a busca obstinada pela perfeição pode levar o indivíduo ao esgotamento bem como a um ambiente estressante de trabalho. Mesmo porque, o que é perfeito aos olhos de um pode não ser aos olhos de outra pessoa. E, esse fato, retroalimenta o ciclo.
No mundo corporativo, uma das formas de se chegar à excelência é formar equipes diversas, com elementos que se complementam, cada um sendo e se sentindo a peça certa no lugar certo.
As categorias predominantes
Com pequenas variações, principalmente quanto à nomenclatura, os testes de perfil comportamental classificam os profissionais em quatro categorias:
● pessoas energéticas ou dominantes,
● pessoas comunicadoras ou influenciadoras,
● pessoas analistas ou perfeccionistas,
● pessoas serenas ou planejadoras.
Sem entrar no detalhamento de cada uma dessas categorias o que, por si só, já justifica um artigo dedicado, posso garantir que não conheço ninguém que tenha 100% de uma característica das mencionadas. Somos uma mistura das quatro. Afinal, de poeta e de louco, todos nós temos um pouco.
Assim, como no futebol, onde um time não pode ter somente atacantes ou somente defensores, na empresa dá-se o mesmo. A sabedoria do técnico ao escalar o time é ajustar, dentre os atletas que compõem o seu plantel, os perfis comportamentais/psicológicos que melhor se ajustem à estratégia traçada para um determinado jogo e que potencialize a ação do time naquele momento.
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