Semana passada a sociedade em geral e, particularmente, a “imirinense” (do Bairro Imirim, ZN de São Paulo) perdeu um dos seus mais valorosos e queridos filhos.
E esta coluna, que se dedica a divulgar a prática do empreendedorismo em suas diferentes vertentes, não poderia se furtar e vem render justas homenagens a esse pequeno grande homem, José Andrade dos Santos, o inesquecível Brás Pereira.
Fomos colhidos de surpresa pela notícia que ele certamente, como jornalista, nunca gostaria de dar: o ceifamento precoce pela COVID-19 de mais uma vida cheia de histórias para contar.
Mas assim é a roda da vida. Felizmente, se é que podemos nos alegrar nessa hora, vai-se o homem, mas fica o seu legado.
E é com esse espírito que eu quero registrar algumas percepções pessoais acerca do já saudoso Brás Pereira.
Meu relacionamento com Brás data de pouco mais de um ano quando me convidou para assinar essa coluna semanal sobre “Gestão e Empreendedorismo”. Apesar do pouco tempo de convívio, Brás era daquelas pessoas que se tem a impressão de conhecer há décadas sem saber desde quando, nem de onde e muito menos em que circunstância esse fato se deu.
Visionário, carismático, conciliador era um grande líder não só pelas suas qualidades intrínsecas como ser humano mas, também, e principalmente, pelos seus predicados distintivos de empreendedor.
Assim era Brás Pereira, pessoa de origem humilde que dedicou uma vida inteira a uma modalidade de empreendedorismo que hoje está na moda e se fala muito mas que ele já praticava há muito tempo: o empreendedorismo social, definido de forma direta e simples como um conjunto de ações desenvolvidas por indivíduos ou empresas “para promover soluções que geram mudanças na realidade de pessoas e/ou comunidades vulneráveis” (www.fia.com.br).
Seu estilo jovem e a paixão em tudo o que fazia eram a sua marca registrada. Era assim no Jornal São Paulo de Fato, na Rádio Hein & Porquê?, no Bloco Brás Pereira Banda Show para citar algumas das suas inúmeras iniciativas. Muitas vezes abria mão do lado financeiro do seu trabalho em favor da notícia ou pelo simples fato de querer fazer o bem para alguém que estivesse precisando.
Não havia um só evento na Zona Norte, seja de caráter cultural, educacional, esportivo, social, político ou religioso ao qual ele não comparecesse e divulgasse em suas mídias.
Mesmo pertencendo a uma geração anterior ao computador, à internet e às redes sociais, soube com maestria incorporar esse ferramental ao seu repertório, visando cumprir a sua missão de forma a se manter atualizado com o estado da arte na comunicação.
Muito havia por fazer. Eu sei que projetos não lhe faltavam. Quem sabe a gente encontre implantados em outro plano.
Ensinamento da semana: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”. Bertolt Brecht, dramaturgo, poeta e encenador alemão.