Uma nova identidade.

#11 Uma nova identidade

Dizem que os hábitos revelam nossa identidade: quem somos e qual o nosso propósito.

Ainda tem muita gente que vive uma vida inteira sem saber muito bem a que veio ao mundo: se foi para juntar dinheiro e ser rico, ser famoso, ajudar o outro, etc. Aqui, de novo, não tem certo e nem errado, o que existe são resultados; resultados de nossas escolhas, sejam elas boas ou ruins.

Como eu disse na semana passada, para nos tornarmos naquilo em que queremos nos tornar, existe um caminho a percorrer: o dos novos hábitos. O primeiro passo é saber o que queremos nos tornar, ou seja, a nossa nova identidade (para quem não a tem definida, claro!). 

O próximo degrau é definir como vamos chegar lá: os processos, as rotinas que deverão fazer parte da nossa vida cotidiana para atingirmos aquele novo estado desejado. Depois, é correr para o abraço!

Então vamos lá, às rotinas. Mas, antes de falar das rotinas, é bom deixar combinado que não existe um único caminho. Por exemplo, se você quiser ir de São Paulo para o Rio de Janeiro existem vários percursos possíveis e vários modais de transporte à sua disposição. 

Toda mudança acontece segundo uma sequência: estímulo, desejo, resposta e recompensa. 

O estímulo está no ambiente. Uns mais outros menos, o certo é que observamos permanentemente os ambientes interno e externo nos quais estamos imersos. Nessa observação recebemos inúmeros estímulos e selecionamos alguns que podem nos levar a alguma recompensa. Esses estímulos provocam o desejo, que é aquilo que nos dá razão para agir.

O desejo, por sua vez, está ligado à vontade de mudar o nosso estado interno: exemplos, deixar de ser fumante ou ser sedentário, concluir o curso superior interrompido ou iniciar o seu próprio negócio.

A resposta é o verdadeiro hábito que você pratica, que pode assumir a forma de um pensamento ou de uma ação. A resposta ocorrer ou não vai depender de quanto você está motivado e quanto atrito ou resistência existem associados ao seu comportamento. A resposta, também, depende da sua capacidade de praticar o ato.

Quando buscamos um novo hábito, o que almejamos não é o hábito em si, mas a mudança de estado que ele proporciona, que em última análise é a recompensa: nas situações citadas, ter uma vida mais saudável e ativa, conseguir uma ocupação melhor no mercado de trabalho ou realizar o sonho de ter uma empresa para chamar de sua.

Voltando ao ciclo dos hábitos, ele pode ser dividido em 2 fases: a do problema (onde estão, estímulo e desejo) e a da solução ( representada pela resposta e recompensa)

A regrinha básica para você criar um novo e bom hábito tem 4 passos simples: 

  1. torne claro o estímulo; 
  2. torne o desejo atraente; 
  3. torne a resposta fácil e 
  4. torne a recompensa satisfatória 

Com um exemplo, acho que fica mais fácil entender. 

A empresa contratada para fazer a limpeza e higienização dos banheiros do aeroporto de Amsterdã, percebeu que o escape de urina dos mictórios onerava o tempo e o material empregado para limpá-lo. Teve uma ideia: colocou um adesivo em formato de mosca nos mictórios (estímulo claro); isso fazia com que os homens mirassem no adesivo ao urinar (desejo atraente); com isso, reduziu o escape de urina para fora dos mictórios (resposta fácil) e consequentemente diminuiu o custo de limpeza dos banheiros (recompensa satisfatória).

Ensinamento da semana: “Os hábitos são, simplesmente, soluções confiáveis para problemas recorrentes em nosso ambiente“. Jason Hreha, cientista comportamental

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