Preço Você Paga, Valor Você Leva!

#31 Preço você paga, valor você leva

Que uma pessoa leiga no assunto confunda, tudo bem, até aceito.

Mas, o que eu tenho observado pelas minhas andanças por esse mundo de meu Deus é que tem muito empresário que ainda mistura esses dois conceitos: preço e valor. Vou, de uma forma bem simples, esclarecer.

Pra resumir:

  • preço quem coloca é o empresário, valor quem dá é o cliente;
  • preço é o que seu cliente paga, valor é o que ele leva;
  • preço é o que está na etiqueta do produto ou na vitrine, valor é o que está no coração do cliente.

Quer um exemplo simples?

Você vai a um mecânico de automóveis para fazer uma revisão no seu carro ou para resolver um problema daqueles chatinhos de localizar, intermitentes, que às vezes dá e quase sempre não aparece quando você leva à oficina: tipo mau contato ou aquele apagão sem motivo aparente.

Conta pra mim: nessa situação, você já encontrou alguma oficina com uma placa na porta com os seguintes dizeres: 

“Somos especialistas em problemas difíceis?” ou 

“Resolvemos o problema que ninguém resolve do seu carro?”

Claro que não! Sabe por quê?

Porque, não adianta o mecânico escrever isso em uma placa ou colocar nas redes sociais, porque quem atribui essas qualificações para o mecânico é o cliente e não ele, o proprietário do estabelecimento. 

E assim é com produtos, serviços com alto ou baixo valor agregado

Ops, desculpe, esclarecendo o conceito de valor agregado; é aquele  benefício que vai além da funcionalidade da mercadoria ou do serviço comprado pelo consumidor. No caso do nosso mecânico de automóveis, poderia ser a lavagem do seu veículo antes da entrega ou o serviço de leva-e-traz em domicílio. Que tal?

E, super importante, valor não tem a ver com montante de dinheiro. Tem a ver com satisfação de uma necessidade ou desejo, reconhecimento, autogratificação. 

Me lembro de um fato que ocorreu comigo há bastante tempo. Eu, recém admitido em uma empresa e, há tempo, acalentando o sonho de jantar com minha mulher em um tradicional restaurante paulista que, às sextas-feiras, servia um imperdível e robusto rodízio de frutos do mar. 

Pois bem, combinamos: “assim que eu receber o meu primeiro salário, nós vamos lá”. Dito e feito. Deixamos lá naquela noite, mais de 50% do salário do mês. E, está tudo certo. Não me arrependo nem um pouco. Recebemos tratamento à altura,  com a maior solicitude: piano bar, toalhas e guardanapos alvíssimos, passados e engomados a ferro, pratos de fina porcelana, copos de cristal e talheres de primeira qualidade, além de serviço impecável, do manobrista ao garçom; que vinha à mesa, acender o nosso cigarro ao menor movimento de tirar um do maço (naquele tempo se podia fumar em ambientes fechados e, o que é pior, nós dois fumávamos); de tempos em tempos, sem assédio como ocorre hoje nas churrascarias, mesmo com a plaquinha de “Não, obrigado”, escolhíamos a próxima pedida e o chef trazia à mesa com real vontade de servir, na hora e na temperatura certas. Uma noite, de fato, inesquecível ocorrida há mais de 30 anos. Foi caro? Claro que foi, mas valeu a pena.

Mas, cuidado. Isso pode passar uma falsa impressão de que só tem valor o que é caro. Não é verdade.

Durante muito tempo eu almocei em um pequeno restaurante, quase um bar, que servia uma comida simples mas muito bem feita. E, o serviço, nota dez, impecável. Higiene, tempero na medida certa, variedade no cardápio e rapidez no atendimento. Lugar de respeito, como se diz hoje em dia. E o preço?  Baixo!

Ensinamento da semana: Fazer bem ou mal-feito, geralmente, leva o mesmo tempo. Tudo é uma questão de escolha.

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