50+, a Economia Prateada.

#35 50+ a Economia Prateada

Você sabia que o Brasil conta hoje com mais de 57 milhões de pessoas com 50 anos ou mais? Isso representa 27% da população de 214 milhões de brasileiros. É a chamada “economia prateada”!

Essa turminha, na qual me incluo, movimenta mais de 1,3 trilhão de reais. Nada mau, concorda? Para um PIB (Produto Interno Bruto que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) projetado para 2022 de, aproximadamente, R$9 trilhões, a economia prateada representa 15% desse total.

Alguns setores já se deram conta disso há algum tempo; basta ver  quantos hospitais adaptaram seus andares de maternidade e neonatologia, com apartamentos, unidades de terapia intensiva e de cuidados paliativos para pessoas com câncer. Os bancos que estão atentos a esse movimento, já se apressaram em aumentar o tamanho dos números nos teclados dos caixas automáticos e colocaram estagiários junto a eles uniformizados com coletes com a inscrição “Posso Ajudar?”. 

Fico imaginando a quantidade de telefonemas que você como eu deve estar recebendo ou de mensagens no celular oferecendo empréstimo consignado para aposentado. Isso revela o filão que os agentes financeiros vislumbram de potencial a ser explorado. A figura que, para mim, melhor retrata essa situação é a pesca em aquário. Risco zero. 

Por outro lado, falando de atividades em que o idoso pode ser protagonista, recentes pesquisas indicam que uma pessoa idosa ganha sobrevida e  desfruta de melhor qualidade de vida a partir do momento em que passa a  frequentar e compartilhar espaços de convivência com outras pessoas, idosas ou não. 

Até bem pouco tempo atrás, ao alcançar 65/70 anos, uma pessoa se aposentava e era confinada em asilos, lá permanecendo, “abandonada” pela família à própria sorte, adoecendo e definhando até morrer.

Os estudos revelaram que aquela ideia de que o idoso gosta de ficar sozinho, fazendo palavras-cruzadas, jogando quebra-cabeças, fazendo crochê ou tricô, não prospera mais. E, além disso, constatou-se o desenvolvimento de quadros de depressão em proporções alarmantes, muito mais elevadas do que em pessoas que participam de  atividades coletivas, do tipo grupos de teatro, dança, leitura,  artesanato, excursões, caminhadas, hidroginástica etc.

Olhando pela ótica do empreendedor, com os avanços da medicina e com a expectativa de vida de 76,8 anos para quem nasceu em 2020, se vislumbra um mercado bastante promissor para muitos produtos e serviços destinados a essa faixa etária.

As tabelas do site do IBGE indicam de forma cabal que a população feminina com 50 anos ou mais excede a masculina em mais de 5 milhões de pessoas (31 milhões de mulheres contra 26 milhões de homens, em 2022). Esse número reforça a tese de que a mulher se cuida mais do que o homem. Tal fato pode ser visto sob dois pontos de vista distintos e servir de motivação para oferecer produtos ou serviços para um (o homem, que precisa se autocuidar mais), para o outro (a mulher, que já está acostumada a consumir) ou para ambos (o que seria o melhor dos mundos).

O fato é que existe um leque imenso de oportunidades à espera de empresas que se disponham a atender às necessidades e aos desejos da turma dos 50+. Por exemplo, atividades ligadas à tecnologia da informação e comunicação, por si só, já  constituem um universo à parte. A maioria dos serviços pessoais se resolve com um clique, via notebook ou smartphone.  Será que as pessoas com essa idade estão preparadas? Não precisa responder agora! Pense no que isso representa e decida. 

Ensinamento da semana: Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu. (música “Carolina de Chico Buarque)

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