Emp(r)aticando a Empatia

#19 Empraticando

A boa notícia é que podemos cultivar a empatia ao longo de nossas vidas.

Selecionei  6 hábitos que caracterizam pessoas altamente empáticas (HEP, do inglês, Highly Emphatic People).

Hábito 1: Cultive a curiosidade sobre estranhos

Pessoas altamente empáticas têm uma curiosidade insaciável sobre estranhos. Elas conversam com a pessoa à sua frente na fila do caixa do supermercado ou sentada ao seu lado no ônibus, mantendo viva aquela curiosidade natural que todos nós tivemos quando crianças, mas que a vida  nos levou a abandonar.

A curiosidade expande nossa empatia quando conversamos com gente de fora do nosso círculo social habitual, trazendo novos olhares e visões de mundo diferentes das nossas. Desafie-se a conversar com um estranho a cada semana. Coçar e conversar é só começar.

Hábito 2: Desafie os preconceitos e descubra pontos em comum

Todos nós fazemos suposições sobre os outros e usamos rótulos. Por exemplo, “teimoso”, “arrogante”, “sabe-tudo”  e isso  nos impede de apreciar a sua individualidade. Pessoas empáticas buscam pontos em comum com o outro  e não aquilo que os divide. 

Hábito 3: Experimente a vida de outra pessoa

Pessoas empáticas  expandem sua empatia experimentando a vida de outras pessoas, colocando em prática uma frase atribuída a Clarice Lispector: “Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias”. Cada um de nós pode conduzir seus próprios experimentos.

Busque, dentro de seus círculos de convivência, experimentar vivências diversas daquelas do seu cotidiano para entender melhor porque as pessoas agem como agem. 

Hábito 4: Ouça com atenção – e abra-se para o outro

Existem duas condições necessárias para se tornar uma pessoa altamente empática: dominar a arte da escuta ativa e tornar-se vulnerável. É preciso desenvolver a capacidade de estar presente no que realmente está acontecendo no interior do outro naquele exato momento  – seus pensamentos, sentimentos e necessidades. Remover nossas “máscaras” e revelar nossos sentimentos a alguém é vital para criar um forte vínculo empático. A empatia é uma via de mão dupla.

Hábito 5: Inspire ações em massa e com impacto social

As pessoas normalmente acreditam que a empatia só acontece no nível individual. Estudos comprovam, no entanto, que a empatia pode ser, também, um fenômeno de massa com grandes impactos sociais.

Basta observar os movimentos de doações que ocorrem nas grandes catástrofes climáticas ou ambientais. Quantas pessoas são mobilizadas e se “sentem na pele” dos flagelados? Pesquisadores sugerem que a empatia provavelmente crescerá em escala coletiva se suas sementes forem plantadas desde cedo em nossos filhos. Estudos feitos no Canadá, indicaram sensível queda nos casos de bullying na escola bem como a elevação do desempenho escolar dos estudantes após o início do programa de ensino da empatia nas escolas. Além da educação formal, o grande desafio é descobrir como as redes sociais podem aproveitar o poder da empatia para criar ação política em massa, para disseminar não apenas informação, mas a conexão empática entre os internautas.

Hábito 6: Desenvolva uma imaginação ambiciosa

Finalmente, pessoas altamente empáticas fazem muito mais do que se importar com os de sempre, ou seja, aqueles que vivem às margens da sociedade ou que estão sofrendo. Isso é necessário, mas não suficiente. É preciso ter empatia, também, com pessoas do nosso círculo de relacionamento mas cujas crenças não compartilhamos.  se você é um ativista do aquecimento global, por exemplo, vale a pena tentar se colocar no lugar dos executivos da indústria do plástico – entendendo seus pensamentos e motivações – se quiser elaborar estratégias eficazes para deslocá-los para o uso de materiais alternativos.

Século 21- A Era da Empatia

O século 20 foi a Era da Introspecção, quando a cultura da autoajuda e da terapia nos encorajou a acreditar que a melhor maneira de entender quem somos e como viver era olhar para dentro de nós mesmos. E assim ficamos, olhando para nossos próprios umbigos. O século 21 deve se tornar a Era da Empatia, quando nos descobrimos não apenas através da auto-reflexão, mas interessados pela vida dos outros. Precisamos de empatia para criar um novo tipo de revolução. Não uma revolução antiquada construída sobre novas leis, instituições ou políticas, mas uma revolução radical nas relações humanas.

Ensinamento da semana:   “Ter empatia é encontrar ecos dos outros dentro de si mesmo.” José Roberto Marques

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