O PIB da incompetência.

#025 24 O PIB da incompetência titulo

No início deste mês de junho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o PIB (produto interno bruto) do Brasil no 1o. trimestre de 2024. Não faltaram comemorações das autoridades econômicas. Afinal, a economia cresceu 0,8%. É pouco, mas está crescendo, lentamente é verdade, mas está.

Apesar de não podermos dizer que o Produto Interno Bruto (PIB) de um país tem o mesmo significado que o faturamento de uma empresa, reconhecemos que existem algumas semelhanças conceituais.

O PIB representa o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos em uma economia em um determinado período, geralmente um ano. Ele é uma medida da atividade econômica de um país e é utilizado para avaliar a saúde econômica, o crescimento e o nível de desenvolvimento de uma nação. O PIB inclui o consumo, os investimentos, os gastos do governo e o saldo das exportações menos as importações.

O faturamento de uma empresa, por outro lado, refere-se à receita total obtida pelas vendas de produtos ou serviços em um determinado período. É uma medida da performance financeira da organização e representa a soma de todas as receitas antes de deduzir custos, despesas e impostos.

Quando nos debruçamos sobre o assunto, inexoravelmente nos deparamos com outro indicador que fala muito alto para não darmos ouvido – a baixa produtividade da mão de obra brasileira.

A produtividade de um país é calculada dividindo-se o Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de horas trabalhadas.

“Nos últimos 40 anos a taxa média de crescimento da produtividade do trabalhador brasileiro foi de 0,6% ao ano, uma das mais baixas do mundo”, assinala o Professor Paulo Feldman da FEA-USP.

Para tornar o cenário da produtividade mais desanimador, o relatório 2023 do IMD (Institute for Management Development) escola executiva suíça, classificou nosso país em 61o. lugar entre as 64 nações avaliadas ficando à frente apenas da África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela.

E o que é pior, os índices de baixa produtividade transbordam as paredes das empresas e refletem a medíocre competitividade do nosso parque industrial, com raríssimas exceções, no cenário nacional e internacional.

Mais do que saber o resultado, cabe investigar e refletir sobre as razões que levam a esse resultado desastroso; há causas estruturais imputáveis ao governo mas há, também, os quinhões a serem debitados na conta das empresas e da sociedade.

fonte: depositphotos

A parte de cada um nesse latifúndio

Ao primeiro ator dessa tríade cabe, por exemplo, a falta de investimentos em infraestrutura (de armazenagem e de  transporte) fortemente dirigida por poderosos lobbies que ancoram a mobilidade da produção sobre rodas de borracha, por estradas degradadas ou insuficientes ao escoamento da produção. Isso sem falar na carga tributária que onera sobremaneira o custo final dos nossos produtos. A carga tributária aliada às elevadas taxas de juros, inibe qualquer iniciativa responsável de investimento em novos maquinários e/ou na adoção de novas tecnologias que reflitam o estado da arte em nível mundial.

As empresas, de um modo geral, acomodam-se nessa zona de conforto e pouco investem em capacitação e treinamento de sua força de trabalho ou, sequer estimulam seus colaboradores a se desenvolverem e buscarem novos conhecimentos.

Pesa, e muito, o baixo nível de escolaridade da nossa mão de obra.  Segundo pesquisa PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua – Educação 2023, apenas 54,5% da população do Brasil com 25 anos ou mais tem o ensino básico completo – ou seja, cursou até o ensino médio.

O resultado desse somatório de forças é o que estamos assistindo na indústria, no comércio e na prestação de serviços que deixa a todo momento, milhões e milhões de reais sobre a mesa que, se devidamente recolhidos e contabilizados comporiam, com certeza, um segundo PIB brasileiro.

Por isso, convoco a todos os brasileiros conscientes a gritar a uma só voz: NÃO a todo tipo de desperdício – de material, mão de obra, dinheiro, tempo e tecnologia.

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